Dispositivo ajuda paciente a aguardar a doação de coração para transplante, que pode ser demorada, afirma José Roberto Cardoso, membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade
O transplante de coração é o tratamento cirúrgico considerado padrão ouro para pessoas com insuficiência cardíaca em grau avançado. A escassez de doadores compatíveis torna a espera muito demorada. Um projeto coordenado por José Roberto Cardoso, membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), vem desenvolvendo o dispositivo de auxílio ventricular implantável (DAV) para dar chance ao paciente aguardar o doador. Em casos menos graves, também pode ser usado como terapia de recuperação da função cardíaca, sendo retirado assim que possível.
“Os dispositivos de auxílio ventricular já são usados em larga escala no Exterior. Aqui os custos do aparelho somados aos da cirurgia inviabilizam sua aplicação na maior parte dos brasileiros. Este projeto, realizado pela Poli-USP em parceria com o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, pretende desenvolver um dispositivo com tecnologia nacional”, explica Cardoso. O DAV é composto por bomba, movida por motor elétrico, que é implantada no organismo ao lado do coração e ligada à artéria aorta. Este conjunto tem o tamanho aproximado de um mouse de computador. O motor é acionado por um circuito elétrico, alimentado por uma bateria. Essas duas peças são acondicionadas em um invólucro de titânio, que é inserido no abdômen do paciente.
A bateria interna é carregada por outra fonte, que fica na parte externa do corpo e é alimentada pela energia elétrica. “Ao encostar a bateria externa no abdômen, o paciente carrega por indução a bateria interna, garantindo o funcionamento do dispositivo”, afirma José Roberto Cardoso. Além do custo, o aparelho nacional tem a vantagem de ser totalmente implantável. Segundo o membro do IEEE, os dispositivos similares operam apenas com uma bateria, que é ligada ao corpo por através de uma incisão no corpo. Desta forma o paciente tem de cumprir rigorosamente as normas de higiene para evitar infecções. Nos próximos meses, o protótipo do DAV deverá ser implantado em um animal. Nos próximos anos, começarão os testes em humanos.
Entrevistas com o especialista ainda podem ser abordados temas como:
– Circuitos Magnéticos, Magnetismos e Eletromagnetismos;
– Imãs permanentes;
– Sistema elétrico metroferroviário.
Sobre IEEE
O IEEE é a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Seus membros inspiram uma comunidade global a inovar para um futuro melhor por meio de seus mais de 420.000 membros em mais de 160 países. Suas publicações, conferências, padrões de tecnologia e atividades profissionais são recomendadas por diversos especialistas. O IEEE é a fonte confiável para informações de engenharia, computação e tecnologia em todo o mundo.