Máquina usa recursos de robótica, computação em nuvem e aprendizado de máquinas, como explica Anselmo Frizera Neto, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), a maior organização técnica-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.
Imagine um andador que percebe a intenção de movimento de uma pessoa com dificuldades de locomoção e segue o caminho que ela quer fazer. Acrescente a isso, a habilidade de a máquina monitorar o ambiente, desviar de obstáculos e evitar quedas. Esse é o Cloud Walker, projeto de um andador inteligente que vem sendo desenvolvido sob a coordenação de Anselmo Frizera Neto, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) , maior organização técnica-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e professor de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
“Os andadores convencionais apresentam uma série de problemas, sendo o risco de queda o principal deles”, afirma Frizera. “Ao usar o Cloud Walker, a pessoa apoia os antebraços em um suporte, o que aumenta a estabilidade da marcha. O conjunto de suporte de antebraços adicionado ao controle sobre o movimento das rodas do sistema cria uma interface háptica, facilitando a interação do usuário com o andador e com o ambiente durante a locomoção. O conjunto de sensores, incluindo sensores de forças, câmeras e lasers rotacionais, possibilita que o andador infira o movimento que a pessoa tem a intenção de fazer e fornece ajuda para ela que seguir seu caminho”, explica o membro do IEEE.
Lasers de varredura, câmeras e outros sensores monitoram também a marcha do usuário, ajudando na prevenção de quedas. Parte das pessoas com problemas de locomoção podem possuir outros déficits sensoriais, como baixa visão, e cognitivos, como a dificuldade de localização. “Por isso, o andador inteligente mapeia o espaço, evita colisões e propõe um trajeto seguro para o destino planejado”, diz Frizera.
Para reduzir custos e aumentar a autonomia e vida útil das baterias, o CloudWalker possui computador de baixo custo e consumo energético embarcado em sua estrutura. Os dados coletados pelos sensores são armazenados e processados na nuvem computacional, que também executa algoritmos de controle mais complexos. Com o auxílio da nuvem, algoritmos de aprendizado de máquina e visão computacional ajudam a desenvolver novas formas de interação entre o robô, seu usuário e o ambiente.
O membro do IEEE explica, ainda, que o andador possui duas câmeras: uma para detectar comandos do usuário e outra extrair informações do ambiente, como a presença de pessoas e objetos. “Isso é algo que não poderíamos fazer no andador sem a ajuda de um computador externo. E a nuvem permite que usemos esse tipo de técnica em qualquer lugar e com grande facilidade”, conclui.
Sobre o IEEE
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