“Os bancos são alvos preferenciais dos ataques cibernéticos e, ultimamente, houve uma mudança no setor, em especial na utilização de tecnologias para liquidar pagamentos de forma rápida”, afirma Marcos Simplício
Para Marcos Simplício Junior, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e pesquisador da Universidade São Paulo (USP), o sistema bancário sai na frente da maioria das organizações ao utilizar Inteligência Artificial, Blockchain, entre outras tecnologias, no intuito de proteger as contas de milhões de usuários. Com o aumento de ataques cibernéticos nos últimos anos, os grandes conglomerados bancários investem pesado na proteção de seu patrimônio e dos clientes. De acordo com dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), em 2020, as instituições financeiras investiram R$ 2,5 bilhões em cibersegurança.
“Os bancos são alvos preferenciais dos ataques cibernéticos e, ultimamente, houve uma mudança no setor, em especial na utilização de tecnologias para liquidar pagamentos de forma rápida”, afirma Marcos Simplício. De acordo com o membro do IEEE, “os bancos costumam praticar o que chamamos de defesa em profundidade. Ou seja, colocam várias barreiras de segurança, uma após outra, na tentativa de barrar os ataques”, acentua. Além disso, se todos os sistemas de segurança falharem, os bancos ainda possuem poderosos mecanismos de back-ups, para dificultar a possibilidade de sequestro de dados.
Outro diferencial do setor é que a segurança já vem implantada desde a elaboração de um projeto. “Já se imagina antes qual a forma que pode haver de um ataque. Isso facilita o desenvolvimento de maneiras de proteção específicas”, revela. Os grandes bancos utilizam atualmente as tecnologias mais modernas existentes para desenvolver seus projetos de segurança, como a Inteligência Artificial – que auxilia na prevenção e detecção de intrusos; o Blockchain – que liquida automaticamente transações usando algoritmos de computador, sem necessidade de verificação de terceiros–, além de hardwares com segredos criptografados, entre outros sistemas.