Membro do IEEE, maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, Raul Colcher acredita que os conhecimentos sobre segurança de computadores devem ser mais difundidos para conscientizar corporações e colaboradores e diminuir ataques; “a ciência vem avançando em componentes e arquiteturas mais robustas para prevenir as ações criminosas, especialmente novas técnicas emergentes de Inteligência Artificial, Criptografia e mecanismos de controle de Acessos“
Grandes corporações são as vítimas preferenciais de ataques cibernéticos que cresceram exponencialmente nos últimos anos. Em muitos casos, criminosos exigem até mesmo o resgate em criptomoedas para liberar dados sequestrados. No Brasil e na América Latina, o aumento de ocorrências também é preocupante, principalmente pela falta de uma cultura técnica mais difundida sobre segurança de computadores para os colaboradores de grandes empresas e usuários comuns. “Muitas pessoas nem sabem que estão colaborando com o invasor”, detecta Raul Colcher, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.
Segundo Colcher, os cibercriminosos aproveitam-se da expertise técnica e das deficiências nos processos corporativos para cometer atos ilícitos. “O conhecimento sobre segurança cibernética precisa ser mais difundido entre as empresas, com o intuito de alavancar o nível de atenção e conscientização dos colaboradores”, alerta.
O especialista chama atenção também para a necessidade de uma cooperação internacional maior para ações preventivas e de repressão ao crime cibernético. “Mas não é um debate simples, pois um maior controle pode afetar questões de liberdade no uso da internet. Ainda é um campo delicado que exige um aprofundamento maior de discussão.”
Mesmo com o atual quadro de despreparo das corporações e das pessoas, Colcher enxerga com o otimismo o futuro próximo, a partir do desenvolvimento científico-tecnológico que vem por aí. “A ciência vem avançando em componentes e arquiteturas mais robustas para prevenir as ações criminosas, principalmente com as novas técnicas emergentes de Inteligência Artificial, criptografias e firewall de acessos. Com esses novos processos, será possível detectar padrões repetitivos de ataques, fortalecendo assim a segurança de computadores”, afirma. Mas é uma briga de longo prazo, “já que a tecnologia se desenvolve de ambos os lados, dos mocinhos e dos bandidos”.