Especialistas discutem inovação, desafios e o futuro da proteção digital na região. A mensagem final foi clara: investir em segurança digital não só protege contra ameaças externas como também fortalece a confiança dos clientes e impulsiona os negócios rumo ao futuro.
por Vincent Quezada, Grupo ONE Digital Services. Publicado: 09 de dezembro, 2024
O Brasil está em uma fase crítica de transformação digital, impulsionado por ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas e pela necessidade de proteger dados sensíveis em um ambiente corporativo altamente conectado. Durante o evento OCI Brazil Deep Dive 2024, promovido pela NETSCOUT, líderes do setor compartilharam suas perspectivas sobre como as empresas podem enfrentar esses desafios com soluções inovadoras e estratégias eficazes. Segundo Geraldo Guazzelli, diretor-geral da NETSCOUT Brasil, “as organizações estão avançando no uso de tecnologias, mas ainda enfrentam dificuldades em integrar a segurança digital às suas estratégias de negócios”. Essa visão foi reforçada por outros especialistas presentes, que destacaram a importância de tratar a cibersegurança como parte essencial do crescimento sustentável.
Maturidade do mercado
A maturidade do mercado brasileiro foi um dos temas centrais abordados no evento. Guazzelli ressaltou que o setor técnico tem demonstrado avanços significativos, mas ainda enfrenta barreiras culturais dentro das empresas. Ele observou que “as equipes técnicas frequentemente planejam por anos a implementação de soluções robustas, mas enfrentam resistência interna devido à percepção equivocada de que segurança é apenas um custo”.
Enrique Martínez, diretor regional da NETSCOUT para a América Latina, complementou essa análise ao afirmar que “o mercado latino-americano está começando a perceber que segurança não é apenas um produto ou tecnologia isolada, mas sim um serviço integrado que agrega valor estratégico às operações”. Essa mudança de mentalidade é crucial para alinhar as práticas regionais aos padrões globais.
Soluções avançadas
Um dos destaques do evento foi a apresentação das soluções NDR (Network Detection and Response) da NETSCOUT. Essas ferramentas foram projetadas para monitorar redes em tempo real, identificar anomalias e responder rapidamente a incidentes. Sameer Khanna, diretor sênior de gerenciamento de produtos da NETSCOUT, explicou que “o objetivo é fornecer aos analistas ferramentas avançadas para investigar e mitigar ameaças antes que elas causem danos significativos”.
Como funciona o NDR?
O sistema utiliza inteligência artificial e aprendizado de máquina para analisar padrões de tráfego e detectar comportamentos suspeitos. Além disso, ele se integra a outras soluções de segurança para oferecer uma visão abrangente das ameaças. Khanna destacou que “a plataforma é continuamente aprimorada com base no feedback dos clientes globais”, o que inclui empresas brasileiras e latino-americanas. Essas tecnologias têm sido particularmente úteis em setores como telecomunicações e finanças. Um exemplo prático apresentado no evento envolveu uma instituição financeira na América Latina que conseguiu evitar uma tentativa sofisticada de ataque graças à detecção precoce proporcionada pelo NDR.
Desafios corporativos
Outro ponto relevante discutido foi a dificuldade das empresas em alinhar suas estratégias corporativas com as exigências da segurança digital. Guazzelli explicou que “há uma desconexão entre o planejamento técnico e as decisões estratégicas das lideranças empresariais”. Ele enfatizou que essa lacuna pode comprometer a eficácia das iniciativas de segurança. Para superar esses desafios, Martínez sugeriu uma abordagem mais integrada: “Estamos trabalhando com nossos parceiros para ajudá-los a oferecer serviços completos que demonstrem claramente seu valor estratégico”. Essa estratégia inclui capacitar equipes técnicas e comerciais para comunicar os benefícios das soluções de forma mais eficaz.
Impacto regulatório
Embora o Brasil possua regulamentações avançadas relacionadas à proteção de dados, como observado por Guazzelli, ainda há lacunas significativas na aplicação prática dessas normas. Ele afirmou que “a penalização por violações ainda é insuficiente para pressionar as empresas a adotarem medidas mais robustas”. Martínez acrescentou que muitas organizações estão começando a adotar padrões internacionais como referência para melhorar suas práticas internas. Ele destacou que “alinhamento com normas globais pode ajudar as empresas brasileiras a se prepararem melhor para competir em mercados internacionais”.
Preparação para 2025
Com foco no futuro, os palestrantes discutiram estratégias para enfrentar os desafios esperados até 2025. Khanna revelou que a NETSCOUT está investindo em plataformas escaláveis que simplifiquem a gestão da segurança em ambientes complexos. Segundo ele, “a transformação digital exige soluções integradas que não apenas detectem ameaças, mas também possibilitem o crescimento seguro das organizações”. Martínez destacou outra prioridade da empresa: expandir sua presença na América Latina por meio de campanhas estruturadas e coordenação com parceiros estratégicos. Ele afirmou: “Estamos desenvolvendo planos claros para fortalecer nossa comunicação com parceiros e maximizar o impacto dos eventos regionais”.
Capacitação e parcerias
A capacitação foi apontada como um elemento-chave para garantir o sucesso das iniciativas de cibersegurança. Guazzelli mencionou que a NETSCOUT está investindo em programas específicos para treinar seus parceiros na venda de serviços integrados. Ele explicou: “Não se trata apenas de vender uma solução tecnológica; estamos falando de oferecer um serviço completo que traga benefícios concretos aos clientes”. Martínez reforçou essa visão ao destacar exemplos bem-sucedidos na América Latina: “Estamos vendo resultados positivos onde nossos parceiros adotaram uma abordagem proativa, combinando tecnologia com serviços personalizados”.
Casos práticos
Durante o evento, foram apresentados exemplos concretos do impacto positivo das soluções da NETSCOUT em diferentes setores. Um caso específico envolveu uma grande empresa latino-americana que utilizou ferramentas NDR para identificar vulnerabilidades críticas antes que elas fossem exploradas por agentes mal-intencionados. Khanna explicou: “Esse tipo de resultado só é possível porque nossas plataformas oferecem visibilidade total sobre o tráfego da rede”. Ele também mencionou que essas soluções são projetadas para se adaptar rapidamente às necessidades específicas dos clientes.
Inovação estratégica
Além das questões técnicas, os palestrantes discutiram inovações estratégicas voltadas para melhorar o engajamento com clientes e parceiros. Martínez revelou planos para fortalecer as iniciativas digitais da empresa: “Estamos explorando novas formas de comunicação por meio de redes sociais e campanhas coordenadas para alcançar públicos mais amplos”. Essa abordagem reflete um esforço contínuo da NETSCOUT em alinhar suas estratégias globais às demandas locais, garantindo maior eficiência na entrega de valor aos clientes.
Conclusão
O OCI Brazil Deep Dive 2024 reforçou a importância da cibersegurança como pilar estratégico no cenário digital atual. Com soluções avançadas e uma abordagem integrada à proteção digital, a NETSCOUT busca liderar esse movimento na América Latina. Como afirmou Guazzelli durante o evento: “A cibersegurança não é mais opcional; ela é essencial para proteger dados críticos e garantir o crescimento sustentável das organizações”. A mensagem final foi clara: investir em segurança digital não só protege contra ameaças externas como também fortalece a confiança dos clientes e impulsiona os negócios rumo ao futuro.
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