Especialista do IEEE, Marcos Simplício atua em pesquisas que combinam Inteligência Artificial e segurança digital para as indústrias de automação. Trata-se de ferramentas automatizadas que movimentam determinada rede em busca de padrões que fogem do convencional, detectando possíveis intrusões
Estudo que combina Inteligência Artificial e cibersegurança visando à proteção da Indústria de automação – e desenvolvido por especialista do IEEE, maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade – pode contribuir para prevenção de ações criminosas. Por utilizarem sistemas integrados de computadores, essas corporações são mais vulneráveis a ataques na rede. Segundo o especialista Marcos Simplício Junior, ligado à Universidade de São Paulo (USP), “o investimento em cibersegurança para a indústria 4.0 é, na realidade, uma questão de sobrevivência. Sem um sistema de segurança eficiente, essas organizações ficam demasiadamente expostas a ataques cibernéticos de todos os tipos. Isso acaba comprometendo a produtividade e eficiência nos negócios”.
A utilização de sistemas de Inteligência Artificial facilita a prevenção de invasões criminosas. São ferramentas automatizadas que monitoram determinada rede em busca de padrões que fogem do convencional, detectando possíveis intrusões. Esse tipo de tecnologia permite, por exemplo, detectar e bloquear as ações dos ransomwares, famosos malwares que costumam roubar dados importantes de empresas, tornando-as reféns de bandidos.
Uma das vertentes importantes do estudo, realizado na Escola Politécnica (Poli) da USP, remete à segurança ao backdoors (porta dos fundos), que podem ser entendidas como vulnerabilidades propositais inseridas em códigos legítimos para dar acesso privilegiado a atacantes, burlando mecanismos de segurança existentes.
“Esse tipo de ataque tem crescido e é de difícil detecção, pois são muitos códigos que precisam ser analisados. Não é uma tarefa simples, mas estamos conseguindo desenvolver mecanismos para bloquear a ação de alguns deles”, revela. “Ainda não conseguimos reduzir a possibilidade de ataques a zero, mas dá para diminuir bastante.”