Guilherme Susteras e Cyro Vicente Boccuzzi, membros da IEEE, maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, acreditam que esse tipo de energia deve gerar empregos e aumentar arrecadação de impostos
Um aumento na busca pela energia solar em residências e a perspectiva de crescimento desse tipo de energia em vários segmentos econômicos do País é a perspectiva positiva dos especialistas da maior organização técnico- profissional do mundo dedicada ao avanço em benefício da humanidade, o Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), Cyro Boccuzzi e Guilherme Susteras. Na visão de ambos, o setor deve seguir uma curva ascendente este ano, aquecendo a economia nacional.
Mesmo sendo um país tropical, o Brasil ainda não conseguiu explorar o potencial solar em seu território. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelam que 1,5% da matriz energética do País tem origem solar. Mas a energia solar deve crescer, seguindo uma tendência iniciada em 2012 quando a resolução normativa 482 permitiu aos consumidores gerarem sua própria energia. De lá para cá, a energia solar fotovoltaica vem aumentado 2,5 vezes ao ano. A Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica estima que, em 2020, o setor gere 120 mil postos de trabalho e uma arrecadação de impostos de mais R$ 5 bilhões por ano.
“O crescimento do setor vai tornar a energia solar mais acessível do ponto de vista econômico. E estamos falando de uma cadeia que envolve a indústria, a instalação e a manutenção dos equipamentos”, prevê Cyro Boccuzzi. Ele acredita que a queda dos preços vai induzir à criação de novos padrões construtivos de casas e prédios, que passarão a incorporar essa energia já na planta. “Dentro do custo total da construção de um imóvel, essa estrutura representa pouco mais de 1%”, pondera.
Nem o cenário econômico desfavorável deve alterar esta projeção. “Muitas pessoas já tomaram a decisão de instalar esse tipo de energia em suas casas e devem fazer esse trabalho até o final do ano”, argumenta Guilherme Susteras, sócio-diretor da Sunmobi. No Brasil, há 205 mil unidades consumidoras deste tipo de energia, sendo 78,85% residenciais e rurais, 17,99% de comércio e serviço e 2,68% industriais. A capacidade instalada total é de quase 2.600 MW, que evita a emissão de 300 mil toneladas de gases tóxicos por ano.
Do ponto de vista tecnológico, o setor de energia fotovoltaica passa por avanços. Pesquisadores das áreas de Engenharia Química e de Materiais estudam componentes químicos para substituir o silício como fonte geradora de energia. Paralelamente, por conta dos carros elétricos, a indústria automobilística tem produzido baterias mais eficientes, o que permitiria o armazenamento de energia. Hoje, os consumidores ainda não conseguem armazenar a energia solar em grande escala, o que deve evoluir nos próximos anos. Assim, apesar de gerarem parte de sua necessidade, ainda dependem da conexão com a rede elétrica comum com um medidor bidirecional, que mede a energia excedente injetada na rede durante o dia e a energia absorvida de volta à noite.
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