Tereza Cristina Carvalho, membro da maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, o uso de produtos recicláveis e biodegradáveis pode diminuir os efeitos danosos ao meio ambiente.
Pesquisadores de todo o mundo têm estudado o uso de matérias-primas renováveis para a substituir o plástico fabricado a partir de insumo fóssil. No Brasil, esses esforços já redundaram na produção do plástico feito com o bagaço da cana-de-açúcar, que é reciclável e utiliza o mesmo maquinário empregado para fabricar o produto tradicional. “Além disso, esse processo reduz a emissão gases poluentes, porque a cana-de-açúcar, antes de ser colhida, absorve o dióxido de carbono da atmosfera”, explica Tereza Cristina Carvalho, membro o Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE). O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia, como demonstram estudos do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês).
Professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Tereza Cristina informa que existe um grupo de pesquisadores estudando o uso de amido de mandioca e gás ozônio para a fabricação de um tipo de plástico, capaz de se degradar em 120 dias no meio ambiente. Destinado a embalagens, o novo material é resistente, transparente e passível de ser produzido em larga escala.
Paralelamente ao desenvolvimento de produtos recicláveis e biodegradáveis, os efeitos do plástico no meio ambiente, sobretudo nos oceanos, poderiam ser mitigados com o monitoramento feito por redes de sensores subaquáticos. O sensoriamento poderia detectar a presença de plásticos e dimensionar a quantidade deste material em todo o oceano – e não apenas o resíduo encontrado na superfície ou nas praias -, além de detectar partículas que podem ser ingeridas por várias espécies marinhas, causando sérios danos. “Já existem empresas que lançaram produtos feitos à base de plástico recolhido dos oceanos com bastante sucesso. A meta é cuidarmos melhor de nosso planeta, pois afinal das contas tudo retorna a nós mesmos. Comer peixe que ingeriu alguma forma de plástico não é saudável para nós mesmos”, ressaltar Tereza Cristina Carvalho.
Sobre o IEEE
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