“Se escutar uma voz dentro de você dizendo ‘Você não é um pintor’, então pinte sem parar, de todos os modos possíveis, e aquela voz será silenciada”.
Com recursos de sons, cores, projeções e aromas, a exposição inédita leva o visitante para “dentro” da obra de van Gogh. De 17 de agosto a 15 de setembro, no Vão Central.
A exposição faz parte das atividades comemorativas pelos 20 anos do Pátio Higienópolis, completados em outubro próximo.
Inspirada em paisagens retratadas em cinco das suas telas mais famosas e nas centenas de cartas pessoais que o pintor holandês escreveu ao longo dos seus (poucos) 37 anos de vida e a partir dos 38 lugares em que morou em quatro países, a exposição imersiva Paisagem de van Gogh ocupa os cerca de 250 metros quadrados do Vão Central do shopping, entre os dias 17 de agosto e 15 de setembro, levando o visitante a entrar no seu universo, por meio de recursos de cores e sons e a conhecer um pouco de sua vida e impressões do mundo por meio de trechos de suas cartas pessoais, apresentadas por narrador em off.
O circuito de visitação inclui oito cenários – dos quais seis representam, em formato gigante, paisagens retratadas em suas telas. Em cada cenário, o visitante vivencia diferentes experiências ao som de trechos de suas cartas ao irmão Theo e à sua cunhada Johanna, que remetem à época de cada criação.
“Suas obras com céus estrelados, campos de girassóis, plantações que parecem balançar ao vento, com cores ousadas e traços a frente de seu tempo, nos inspiraram a definir o conceito visual desta exposição”, explica a idealizadora e curadora da exposição Karina Israel, da consultoria de ambientes interativos YDreams Global, responsável pelo projeto.
Imersão em oito cenários – A viagem pelo universo de van Gogh começa por uma pequena sala branca, com um postal tridimensional, com texto extraído integralmente de carta do pintor a seu irmão caçula Theo. O postal reproduz a sua letra, o papel e o selo da época. A visitação segue pelos seguintes cenários:
Campo de Trigo com Corvo: projeção em tela onde o trigo se movimenta e os corvos surpreendem os visitantes. Esta tela, que faz parte do Museu van Gogh (Amsterdam), foi produzida durante as últimas semanas de vida do pintor e evidencia sua capacidade de transformar suas dores e angústias em imagens vibrantes;
Labirinto Flor de Íris (Obra de referência, Irises), com recursos de cenografia e aroma, o visitante se sente como parte da tela;
Praça da Amendoeira (Obra de referência, Amendoeira em Flor), cenografia inclui amendoeira florida, bancos de madeira e pontos de som para os visitantes ouvirem as trocas de correspondência entre Vincent e Theo;
Banho de Lua (Obra de referência, Starry Night Over the Rhone) – O cenário inclui recursos de realidade virtual e cadeiras giratórias sobre um chão reflexivo;
Sinfonia da Noite Estrelada (Obra de referência, Noite Estrelada), por meio de projeção imersiva, visitantes podem conhecer os grandes marcos da carreira e da vida de van Gogh;
Foto Pintada – Os visitantes tiram uma foto, com um filtro que remete a um retrato criado por van Gogh, que podem compartilhar em suas redes sociais.
Bosque de Espelhos – Saída da exposição, com cenografia com bosques pintados por van Gogh, multiplicados por efeito de espelhos.
Mais sobre van Gogh – Vincent van Gogh nasceu em Zundert, Holanda, em março de 1853, numa família de classe média alta, tendo começado a desenhar ainda criança. Foi vendedor de obras de arte quando jovem e viajou frequentemente, porém entrou em depressão depois de ser transferido para Londres. Van Gogh voltou-se para a religião e passou um tempo como missionário protestante na Bélgica. Começou a pintar em 1881, mudando-se para a casa de seus pais. Seu irmão mais jovem Theo – a quem dirigiu as cartas lidas nesta exposição – o apoiou financeiramente e os dois mantiveram uma duradoura correspondência. Van Gogh mudou-se em 1886 para Paris onde conheceu vanguardistas como Émile Bernard e Paul Gauguin. Criou uma nova abordagem para naturezas mortas e paisagens, produzindo suas obras, cada vez com cores mais vivas. A partir de sua estada em Arles (por volta de 1888), ampliou seus temas incorporando oliveiras, ciprestes, campos de trigo e girassóis.
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